sábado, 25 de janeiro de 2014

Grito I No Sente

Todo labirinto tem um fim. E eu, tão pequena. Formiga de mim, só conheço os cinco palmos que me cerceiam. Talvez nem isso. Mas eu sei que em alguma hora eu alcanço essa borda iluminada que eles chamam de solução e transformo esse escuro em pas... paz... passou.
Tenho medo de descobrir que os caminhos nos fizeram diferentes. Que besteira. Eu ainda quero o meu lugar no sofá. A minha cama. A minha colcha. Cultivo as minhas memórias com a vontade única de que elas se tornem esperança. Vai ver elas entram sorrindo pela porta e me abraçam. Sabe que eu sei que os tempos são, por natureza, difíceis. Mas para que são? Para quem?
Parece que o dinheiro só nos deu rancor. Parece que você nunca entendeu que não é a falta. Ou o excesso. É o que ele não. Nunca. Homem pós-moderno, capitalista, pseudo burguês intelectual: guarde por hoje seu terno. Guarde o mundo em seu bolso nú e abra a janela, mas não respire.
Não há mais bares na cidade. Não há mais música que lhe dê corda. M
                                                                I
                                                            N
                                                         G
                                                            U
                                                               O
                                                                  U sua vontade pelo violão - sempre embaixo do braço. Tenho medo de que este seja o fim. Bem no meio do labirinto. E se fico muda? Nunca tronco, árvore nada. Ninguém me busca se eu não grito? Laroiê, peço licença para o socorro. Quem foi que disse que eu não quebrava?