sábado, 27 de fevereiro de 2010

Filho da esquina


Olha lá o
fura-sacola
O mendigo
pede-esmola
Andando por aí
sem destino
Prisioneiro
do viver
(o mais gentil cretino)

Olha lá a
lua minguando
Sofrendo para sorrir
E o pé-descalço
na rua
tentando não desistir

Olha lá a
poesia surgindo
Enfeitando a
desfeita (da) sociedade
Dando rima
para a vida sobrevivida
daquele ser
que não tem lar
e pensa ser o mundo
sua casa
(Será?)




De como surgiu o poema:
Quero que todos saibam que meu irmão tem sete anos, é lindo e, sempre que pode, me surpreende e me inspira. Foi que um dia ele resolveu que precisávamos comprar uma casinha de cachorro para o vira-lata que está frequentemente em minha casa, seu argumento para a necessidade da casinha foi:"É que o Oddy (já demos nome para o cachorro da rua) não tem casa, e dai pensa que o mundo é a sua casa".
E eu fiquei pensando naquilo, adaptei para uma realidade humana, senti e escrevi a poesia.

ps: na folha original, o meu pequeno príncipe desenhou vários tipos de cachorros, para simbolizar o começo de toda essa reflexão.


by Luiza Borba (foxy lady)

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Ás vezes decidimos (ah!) sim

...............ESCOLHA
....................COLHA
.......................OLHA
..........................L Á



................................................................................................................................PARA! trás



Ás vezes acontece
(ah!) sim,
só não
é
sempre
nossa
A decisão,
ficamos
com uma parte
da oração


by Luiza Chiesa (foxy lady)

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Tocando a vida (meu inocente pé-no-chão)

Ando procurando meus versos, rimando o existente. Também não creio que vá muito longe com essas linhas, anyway, já que constato desde já minha falta de inspiração. A água está viva e o mar bem calmo. Estou numa praia em algum lugar do Brasil e um siri acabou de adentrar a areia.
Estou ouvindo muitas coisas, processando algumas, musicando a água do mar e pegando, só agora, o fôlego de um ano inteiro - que literalmente passou.
A vida é mesmo tão inconsequente quanto a imensidão azul à minha frente. Nem as águas são as mesmas pela eternidade. Tudo muda. Veja só você, reparou nas marcas de gotas no papel? É a chuva que cai na tinta borrando as palavras do mar, aguando e somando a maré. Assim são meus dias: tenho fome de cultura, sede de mudança e respiro... respiro muito tudo à minha volta, inspirando vida e expirando a minha morte.
E se é verdade o que dizem sobre a necessidade da memória, das recordações, é verdade também aquilo sobre novas experiências. Pois é, se a minha vida fosse uma fila, ela estaria andando agorinha mesmo. A fila anda honey, minha vida segue em frente. Sabe que quando digo que vou tocar minha vida, eu fico extremamente feliz com esse termo, por causa do duplo sentido que paira no ar desse meu mundo musical.
Só que agora restam apenas três linhas no papel, o dia também já está acabando e é hora de me preparar para um novo amanhã - em todos os sentidos, dimensões e direções.

Luiza Chiesa (foxy lady)

ps: ando encontrando meus versos:

UmA OnDa é
UmA OnDa porque é
UmA OnDa e não
tem força
para continuar
eternamente

O OcEaNo
é
o infinito
que nos resta

...

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Cata! O cara é ladrão de gravata.

Bem vindo à DEMO-cracia., forma de governo que permite, "caridosamente", que os cidadãos palpitem na direção dos assuntos politicos elegendo não tão livremente seus representantes. Essa mesma democracia implantada em diversos países é o sistema economico mais contraditório que eu já conheci, reconheço que esse é o unico que eu presenciei desapoiando bem de perto, mas não faz o menor sentido, veja bem: a DEMOcracia permite à todos o ato de votar livremente, no entando, ela OBRIGA a votar livremente, tendo em vista que o voto é obrigatório (e o não cumprimento dessa ordem gera muitas e diversas consequencias). Passando em frente a TV hoje, notei que alguém admirado por mim falava sobre esse assunto, Marcelo Rezende dizia a frase "Democracia é a pior de todos os sistemas economicos, tirando todos os outros, logico." Mais um exemplo dessa NonSense foi o que o velho Saramago disse certa vez “O poder do cidadão limita-se, na esfera política, a tirar um governo de que não gosta e colocar outro que talvez venha gostar”, Acrescento eu: por pura falta de opção, é mole?! 




"- Aí, tem uma parada aí que acho que vai rolar uma sobra de uma grana boa mermão
- Quantos porcento?
- Ah, sei lá... 60% pra gente
- 60% pra quem?
 - É, vamo dividir, né?
 - 30 à 30?
- 30%
- Ou 60 pra mim?
- 30, eu gostaria de roubar tudo"

Acabei de ouvir no rádio, com a voz mais HAAA de todas *-* da Ana Carolina:



"Meu coração está aos pulos!
Quantas vezes minha esperança será posta à prova?
Por quantas provas terá ela que passar?
Tudo isso que está aí no ar: malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu dinheiro, do nosso dinheiro que reservamos duramente pra educar os meninos mais pobres que nós, pra cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais.
Esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais.
Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova?
Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?
É certo que tempos difíceis existem pra aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz.
Meu coração tá no escuro.
A luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e os justos que os precederam:
" - Não roubarás!"
" - Devolva o lápis do coleguinha!"
" - Esse apontador não é seu, minha filha!"
Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar. Até habeas-corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar, e sobre o qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará.
Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda eu vou ficar. Só de sacanagem!
Dirão:
“ - Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo o mundo rouba.”
E eu vou dizer:
”- Não importa! Será esse o meu carnaval. Vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos. Vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau.”
Dirão:
" - É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal”.
E eu direi:
” - Não admito! Minha esperança é imortal!”
E eu repito, ouviram?
IMORTAL!!!
Sei que não dá pra mudar o começo, mas, se a gente quiser, vai dar pra mudar o final."