segunda-feira, 7 de abril de 2014

Evoé aos insultantes de uma ordem pequenética

- Com o ensejo do Jardim Minado e o perdão de Pedro Tostes -

Esses são poetas que
nunca cairão no vestibular.
Se caírem, retiro o que disse.
Mas esses poetas
,destemidamente,
nunca cairão no vestibular.

Por suas línguas serem tortas,
                       afiadas e
                       gostosas,  ô mãe,
não podem caber lá.
Por beberem cachaça e repetirem
                     repetirem
                     repetirem
                     aos diabos quantas doses.
Por rirem gargalhando,  palavrônicos.
Por cantarem do beco as coisas mais sujas.
Não podem. Não devem. Desgraça caírem lá.

Por essa sociedade claustrofômica, dinheirista,
compulsoriamente internética,
escondendo o gozo no embrulhado do lençol. E pondo para lavar.
Por essa triste mania de chamar desejo de sonho.
E trancar entre quatro paredes.
Por tudo que a gente nega, mas quente.
Não ousem por eles lá.

Êta vida que as coisas mais só podem ser ditas baixando a voz.
Enquanto fores, eles foda.
Se tiverem que cair,
que seja no chão embaralhante.
Nos braços deliciosos de outro alguém. Outros.
Ou nas línguas
,inda piores,
dos críticos.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Amor é fósforo
arriscando o fogo.
Arisco, risca.
O corpo, em risco,
teima.

terça-feira, 1 de abril de 2014

Roncô

A cuíca quando ronca
Parece que ri
parece que apronta.