quarta-feira, 21 de abril de 2010

À frente, Avante, e a Mente Errante



Sim, Deus comigo não fala
Porque mamãe diz para aos estranhos dizer pouco, ou então dizer nada
Dar-lhes a cala
E eu sigo esta estrada
sozinha: eu e minha mala
E levo a mim mesma na barriga
Vou na marra não importando o tamanho da vala
E digo a mim mesma pra ser destemida
Rimar com a vida, engrandecer a bagagem rala
E rio de mim mesma com risada bem rida
Alegria teimosa de vista que inocência exala
E esqueço de mim mesma para aproveitar a ida
Mas carrego alguns espinhos para gentilmente abrir esta ala
Que as vezes se interdita por me achar meio bandida
Só até que eu prove que só gosto quando doce está a bala
E permaneço em meu rumo com flores e dores com cores de sina perdida
Ah! Por pior que pareça lembro-me agora de ter esquecido na sala
Naquela hora do adeus derradeiro da partida
O meu vestido, no cabide, de gala
Companheiro ausente, e a viagem deve ser seguida
Em frente, e esta falta (a mim) eu mesma por fim vou dá-la
Pois ainda sopra o vento ao que escrevo nesta linha lida
E o sabor doce do ar úmido de comoção me vê e me inala
Olho pr´atrás e avisto um horizonte de vida vivida
Se já precisei de ajuda, para caminhar retiro a tala
Vou firme, certa, decidida
Voo linda, reta, desprendida
Mesmo nestas condições:
Sim, Deus comigo já não me abala


by Luiza Borba (foxy lady)