Historia, de fato, é uma das minhas maiores inspirações pra escrever. O entusiasmo criador vem ao analisar, ao escutar, ao entender tudo o que se passou em uma trajetória até chegar no que eu sou agora, no que o mundo é atualmente. Deveria servir de aprendizado atos de nossos antecedentes, erros não deveriam ser cometidos novamente, para isso a historia é contada, para isso existe biografias, historiadores.
Agora, nós jovens, crescemos em meio de comodismo, sem símbolos, sem valores, sem idéias, sem vontades, sem lutas, sem conquistas. O que conquistamos durante a ultima década? Três Diplomas? Jovens estão devendo sua participação no processo de desenvolvimento do Brasil. Nossa coragem, impetuosidade, pureza e senso de direito e de justiça estão fazendo falta no cotidiano. Envolver-se em questões políticas, sociais, econômicas, ambientais. Isso, lamentavelmente, não tem ocorrido.
Crescemos em um país onde os grandes símbolos são ex prostitutas, ex drogados, ex bandidos. Nossos valores são “Lei de Gerson” e “Jeitinho Brasileiro”, nascemos com o ideal precípuo de ficar rico, custe o que custar, doa a quem doer, tudo com o intuito de ir embora do país, prejulgando Brasil como o pior lugar para se morar. Defeitos? Apenas em nossa 5ª maior área geográfica que existe. Não, não faço o gênero de pessoa patriota, sou bem menos que isso, mas me emociono ao ver a emoção que antecedentes tinham ao marchar em plena época de governo militar, cantando o hino nacional em desfiles cívicos. A bandeira do Brasil era ostentada com orgulho apesar de todas as limitações de liberdade individual e coletiva. E agora? Não há opressão nesse aspecto, onde está o orgulho? Cade o prazer de ser brasileiro? Pode ser uma rebeldia o meu pensamento, mas creio que nesse aspecto o governo militar tinha sua importância, incrível, a primeira coisa que foi abandonada com a redemocratização do país foi o civismo, o sentimento de orgulho ao abraçar a bandeira.
Somos uma geração de maus exemplos, geração da bundalização, geração que só leva em consideração o Brasil, só lembra que é brasileiro, de quatro em quatro anos, quando surge a Copa do Mundo, depois, volta-se a esquecer rapidamente, principalmente quando o Hexa não é conquistado, como aconteceu a quatro anos atrás.
Não é ruim ser conhecido com o país do futebol , nem como o país das mulheres mais belas, mas precisamos ser um país de outras coisas, precisamos ter pretensões, precisamos lutar por ambições, por um futuro tão bom quanto o que nossos pais nos permitiram ter. Lutar para, no mínimo, manter direitos que eles conquistaram e pouco aproveitaram, afinal, esses direitos espelhariam em nossa geração.
Uma placa, precisa-se de mudanças, deveria ser pendurada à porta do Brasil. É necessário reescrever sua historia, que se apagou nos últimos anos. Nossa democrafia completou 21 anos em 2006, atingiu maioridade e até aqui quase nada mudou, continuamos como dantes no quartel de Abrantes, um navio a deriva, sendo levado ao acaso pelas correntes e pelos ventos.
Hoje, olhando para minha turma, sim, turma, porque hoje, depois de dois meses, posso dizer que somos uma única turma, e não uma separação de três salas que se uniram, pude perceber que somos uma grande exceção, somos vencedores, fomos bem guiados, somos estudados, somos saudáveis, temos a oportunidade de estudar (mesmo que por vezes essa oportunidade não seja aproveitada). Somos alfabetizados e estamos a ponto de concluir o Ensino Medio em uma boa escola, acompanhados por bons professores (em sua maioria) e hoje, graças ao espelho de nossos pais que lutaram por isso, temos a oportunidade de continuar nossos estudos por aí afora gratuitamente. Gosto sempre de lembrar que minha realidade, não é, nem de longe, a realidade da maioria das pessoas da minha idade, por isso repito, SOMOS VENCEDORES. Chegamos até aqui por nossa conta, uma luta, que mesmo pequena, é algo que nós fizemos por conta própria (com empurrões de pais e mães, mas por conta própria)
Agora, eu penso,já que estamos meio caminho andado, já somos exceção em quase tudo, procuremos ser exceção no aspecto ética. Temos uma visão eclética e generalizada do mundo, entendemos a importância da vivencia cidadã, mas será que, se continuarmos no marasmo, futuramente, nossos filhos conseguirão esse mesmo direito?
Nossa vida profissional começa agora, ao final do Ensino Médio, estaremos começando, decidindo. Devemos começar bem, para seguir bem, e terminar bem, afinal, por mais que haja repetição, eu afirmo: Só bem pode gerar e manter o bem. E elitismo não é algo que combine comigo, mas acredito que, se todos pensassem da mesma forma nesse assunto, futuramente teríamos dirigentes (e não governantes) e educadamente o povo brasileiro seria capaz de discernir melhor as questões em certo e errado. Aí sim, poderemos dizer “Meu país é democrático” com a certeza de que democracia, não é DEMO cracia. Já percebi que a vida é dura, mas tenho certeza que tudo isso vai valer a pena. Aprendi isso com Fernando Pessoa, afinal “Tudo vale a pena se a alma não é pequena”.
Tal qual o grito de guerra das torcidas nos estádios desse país afora: “Eu sou brasileiro com muito orgulho, com muito amor”.
Um texto grande, contraditório e ao mesmo tempo complicado e para alguns que vão ler, até chega a ser chato, batido, mas é apenas para demonstrar que os tempos mudam, mas independente do tempo, quanto mais educação, mais amor pela pátria, mais luta, mais liberdade e mais trabalho houver, melhor será a qualidade de vida. Sempre haverá a necessidade de alguns ajustes e esses não devem passar batidos em nenhuma das gerações. Independente de sair da escola e ir direto para o mercado de trabalho. Sair da escola e ir para um ensino superior. Sejamos cidadãos competentes, corretos e responsáveis para que nos próximos 30 anos, ou menos, talvez mais, possamos ser motivo de orgulho pelos lugares que passamos. Orgulho às pessoas que nos ensinaram, pessoas que se doaram para que nós chegássemos até aqui. Afinal, disse e repito, de novo, e de novo, quantas vezes for preciso. Somos a exceção, somos vencedores.
Inspirado em aulas de sociologia, filmes sobre ditadura, conflitos com turma escolar e poema de Pedro Bial e Fernando Pessoa.