quinta-feira, 25 de março de 2010

Fartesia



Um all star chinelo nos pés
E eu queria alguém
assim
para cuidar bem
de mim

Sinto falta
de você
Querido excesso
sinto fatos do viver
De que me impeço

Quero de volta, meu amor
você que não conheço
aquele amador
sem endereço
Quero bastar-me
deste frio
sem compromisso
deste vazio
deste hino submisso

Um all star chinelo nos pés
E eu me livro mais agora
Gravo minha vida nessas rimas sem demora
E fico presa
a esta sub-missão
travada bem no fundo
desta lida solidão
travada em outro rumo
do que queria a pretensão
travada descomumente
neste paralelo da razão

Ah! I de mim
não é isso que se ouvirá
Não controlo palpitação
Só a altero no pensar.

by Luiza Borba (foxy lady)

ps: este poema não é muito recente, também não é muito antigo, não me recordo bem quando o escrevi, mas estou postando agora só porque... sei lá... deu vontade (haha)

domingo, 14 de março de 2010

Nós


Não, meu bem
Não é um laço
é um nó
um nó
Entre nós

E a ilusão
E a ilusão?
E o sonho alto
caiu no chão?
Antes meu céu com nuvens
era preenchido
Agora resta este azul
vivo
com gostinho de envelhecido

Essa gula que vem
preenche a vir-gula
como ninguém
e já não é só vazio que eu respiro
Inspirar no vácuo e morrer
Desejo insistente de uma nova vida

No pouco que
me resta
me resta
procurar a felicidade
perdida
em algum lugar
tão fácil de encontrar
E olhar por
esta fresta
fazer festa
nesta metade que
guardo comigo
para sonhar

Um sonho inquieto
de sorrisos
repleto
Um sonho distante
e já estou tão próxima
errante
Um sonho igual
e diferente
da gente
Um sonho real
pra me iludir
de verdade e com vontade
Um sonho!
é o que ainda tenho
de minha cara
metade de nada
com minha cara
inteira sim, obrigada
e já vi minha cara
acreditando em fada

E eu
continuo ai
face faceira
de menina ARTEira
com minha eira e beira
rimando
olhos brilhando
por ser assim
porque tristeza
dá ruga
e mata
com destreza

Rio agora
meu riso de lágrimas
e estou feliz por mim
que desfiz aquele


Não, meu bem
Não é um laço
é um nó
Sim, meu bem
Era um nó
um nó
Entre nós

by Luiza Borba (foxy lady)

ps: a foto incrível deste post foi tirada pela querida "fotógrafa-por-natureza" Camila Ribeiro =D

terça-feira, 9 de março de 2010

Há muito mais que isto

Muito mais do que a necessidade do “ser humano”, pode-se ver a necessidade de ser um alguém incessante. Alguém de uma geração atrás da sua provavelmente ensinou que as coisas não dependem somente de você. Mas, se em um momento começarmos a analisar uma série de fatos, vamos ver que não, as coisas dependem única e exclusivamente da nossa vontade.
“Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que desejas, que possui, que sonha, e, principalmente por aquilo que és. Responsabilidade não é nada mais que ter consciência das necessidades de ser incessante.
Ser mais do que pensa que é, viver mais do que a idéia barata sobre o que é a vida, visualizar vitórias enquanto o céu parece ter suas cortinas fechadas e tudo o que surge a seguir são trevas, poder muito mais do que dizem que é possível. Já dizia Fernando Pessoa que sentir é criar, ou seja, se você sente o desejo de algo, logo nasce em ti uma força pra alcançar o que quer que seja. Isso é desejar incessantemente depender de você.
O mundo roda e minha mente vai junto. Acompanho meus pensamentos, reflito naquilo que sou agora. O mundo vai, mas o texto não. O medo de não ter sido tudo o que poderia ser me paralisa, me amedronta. A esperança de ser alguém melhor me estende os braços e agarro-a. Agarro com a força que vem de dentro de mim, dos meus pensamentos, porque me sinto responsável por eles de certo modo.
Tudo depende de mim. O meu universo faz a sua rotatória num eixo que eu mesmo escolhi qual fosse. Se quiser ir pra esquerda, assim vou. Se quiser ir à direita, assim o faço. Mas enquanto eu atendo os meus instintos, as outras pessoas atendem os delas.
Concluo, então, que a vontade desmedida de ir em frente depende de mim. Ser o que planejei ser depende de mim. Fazer o essencial passar a ser visível depende de mim. Ser feliz depende de mim. Viver depende de mim. E estar aqui é muito mais que isso.

Renata Otaviano

sábado, 6 de março de 2010

Olhos que leem, dedos que escrevem

Sempre procurei expressar em 10 frases aquilo que alguns escritores, ás vezes, demoram um livro inteiro para concluir. E não sou só eu, você já reparou que o mundo inteiro anda mais apressado? Até a Terra está girando mais depressa. Clamamos por praticidade e em nossa linguagem digital já conseguimos nos referir especificamente a alguém com apenas duas consoantes - VC. Dia após dia encontramos obstáculos e ganha quem chegar primeiro ao fim da correria. Podemos reclamar por não termos mais Shakespear´s em nossa sociedade, mas muitas voltas este planeta já deu desde o século XVI, brincar com as palavras agora tem de ser algo mais dinâmico e a extensão de letras e pensamentos não se encaixa mais em nossas realidades.
Pense em nosso vocabulário e em nossa personalidade como coisas altamente influenciadas por tudo que nos cerca. A fala surgiu apenas para suprir uma necessidade de exprimir em sons as imagens de nosso mundo exterior ou interior (nunca subestime a capacidade de sua mente), constatando que ambos se intercalam e podem sofrer alterações. Precisamos mesmo das palavras para entender nossas experiêcias e necessitamos de nossas experiências para entender e escolher as palavras.
Com o tempo, no entanto, nós não mais só dependemos dessa junção de letras, nós (solenemente?) brincamos com elas, transformamos a realidade em poesia, proseamos a miséria e até conversamos com autores que, no momento, dormem eternamente a sete palmos do solo. Hoje nós lemos o mundo. E essa leitura é única, pois cada um tem uma forma de ver o mundo, de interpretar um livro, de ler as palavras, porque ninguém é igual, talvez.
É engraçado como letrinhas miúdas num papel podem nos levar para outros lugares: eu já não me sinto mais no limite das quatro paredes do meu quarto. Isso é só porque nós também escrevemos o mundo, e já fazemos isso há uns seis mil anos, influenciamos diretamente o futuro de tudo o que habita esta bola azul gigantesca.
Eu fiz essa volta toda para dizer que é fantástico, divertido e importante poder ler e escrever -afinal, ninguém quer ser engolido por um rolo compressor nessa selva de pedras - e agora que já disse... até mais!


by Luiza Borba (foxy lady)
- 02/02/2010 -

sexta-feira, 5 de março de 2010

Cada um de nós imerso em sua própria arrogância.

Já dizia Renato Russo, o mal do século é a solidão, não sei se já citei anteriormente mas sem duvidas as filosofias de Legião Urbana é uma das que mais me inspira de forma realista e clara, mas as o que se entende por solidão? Há quem diga que solidão é ficar sozinho, eu já penso que seja algo mais afundo, mais profundo, menos visível, é ser rodeado de amigos, ter um ótimo relacionamento amoroso, ter uma família maravilhosa, milhares de admiradores e ainda sim não ter a si mesmo. Solidão é viver em uma sociedade que, a cada dia que passa, se torna mais superficial, consumista, entediante, cercada por pessoas que prejulgam por aparência, situação econômica ou até mesmo por marcas de roupa.
Digo, redigo, tridigo e ainda falo outras vezes pra quem quiser ouvir, por mais que não queira acreditar, solidão e ignorância é o que move a internet nos dias de hoje – e de sempre. A razão pela qual orkuts, facebooks, twitters se popularizam cada dia mais, perceba, eles nunca regridem, apenas aumentam a cada dia, isso prova que a cada dia as pessoas têm mais interesse em amigos à distancia, amigos pela metade, amigos apenas para mostrar que tem amigos – por mais que as vezes nem sejam lembrados como amigos, exceto pelo nome na lista onde estão “amigos”, também representado como “seguidores”. Sem hipocrisia, jogue a primeira pedra quem é que não gosta de um depoimento lindo no Orkut onde alguém que não convive com você diz o quanto você é especial. As pessoas querem mostrar suas fotos na Europa, deixando claríssimo que elas foram tiradas na Europa, querem fotos com trinta amigos diferentes, mostrar foto de um namorado novo a cada semana, foto da melhor amiga de infância que certamente acabaram de conhecer. Querem mostrar, digo, tentar mostrar o quanto são futilmente amados, falsamente vangloriados e rodeado de amigos, amor e dinheiro, uma bela estampa ideal, quando a verdade é que as viagens foram financiadas em mil vezes, os trinta amigos são amigos apenas na hora da foto, e os novos amores nunca duram tempo para se tornarem amores reais. Qual é a verdade nisso tudo? A verdade é que a solidão aumenta gradativamente.
Mil amigos no Orkut, mas nenhuma companhia para um filme no cinema numa quarta anoite. Dar bom dia no twitter (lugar que pra mim, é de autista, fala-se com você mesmo) quando nem se quer sorri para o visinho de manhã. Fala-se com o mundo inteiro através do facebook, mas não se sabe o que acontece no próprio país, olhos e ouvidos fechados para tudo o que é real, afinal, viver no irreal é mil vezes mais fácil.
E sim, isso tudo é inspiração que Renato Russo causa em mim.



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Oi, eu tenho uma redação sobre um tema que eu não sei qual é pra fazer e a unica coisa que conseguia pensar era nisso, acho que ando ficando irresponsável. Fato. Cambio desligo /Lola.

Sou no sono


Escrevo agora com areia nos olhos apenas porque simpatizei com o meu cansaço. Percebi nele um grande motivador de novas ações, um empecilho à inércia. Confio nele a árdua tarefa de me fazer sonhar quando, depois de um dia longo, não quero mais manter meus olhos abertos, de me fazer mudar o tom da vida quando ela parece difícil demais de tocar, de me fazer ir no momento em que me farto de ficar.
Acredito que o sono é a incrível bebida do ser. As pessoas se embebedam dele, e nesse momento entre o exctase e a falta de consciência, elas são tudo aquilo que foram recentemente, elas pensam em tudo aquilo que esconderam no inconsciente, elas vivem tudo aquilo que sonham frequentemente. E comigo não é diferente. Eu sou no meu sono eu, e apenas eu - até por falta de força de ser-me em qualquer outro aspecto.
Continuando com o assunto deste motivador exemplar, eu hoje percebi o quanto pessoas compráveis me cansam, e passei até a gostar mais delas por isso (egoísta que eu sei que sou). O ponto é que é extremamente necessário este momento de insatisfação com a condição que você encontra, seja ela qual for, e ai eu terei de discordar do nosso amado Guimarães Rosa quando diz: "O animal satisfeito dorme", pois só dorme mesmo aquele que não está contente com seu estado de "vivente desperto". Se estamos satisfeitos, a tendência é continuarmos exercendo a ação que nos conforta, e não ir dormir. Por isso, nunca confunda cansaço com preguiça, até porque o preguiçoso está, de certa forma, suficientemente confortado com seu cenário atual - e talvez, momentâneo.
É importante cansar para dormir e sonhar com um novo amanhã. É importante acordar para mudar e evoluir à medida que teu salto alcança. É essencial saltar para ver, tentar, e ter segurança.
Poucas vezes damos mérito ao nosso corpo quando sonolento, mas sem ele, não teríamos nem espaço para dividir dois dias. O relógio acaba de me alertar que já é tarde, e como penso já ter dado o meu recado, vou apenas fazer uma síntese: o cansaço é o motivador, o sono é a motivação, o bocejo é quem constata e o sonho é a fuga da inércia (o estágio que me falta até agora).
Finalizo agora minha tímida homenagem escrevendo que já me cansei destas linhas, e adaptando a canção de ninar que acompanhou minha infância:

Já é hora de dormir
Só espere o sono chegar
Um bom sonho pra você
E um alegre DES-PER-TAR!

Percebeu que a hora de dormir é também o momento de acordar para alguma coisa? Então boa noite.

by Luiza Borba (foxy lady)

quinta-feira, 4 de março de 2010

Sem rumo


Queridos internautas, encontrei este texto no fundo de um bau (literalmente). Ele foi escrito em 16 de fevereiro de 2009 a pedido de minha antiga professora de português, deveríamos falar sobre nossas pretensões. O mais lindo é esse meu reecontro com meus pensamentos, é ver o quanto eu sempre fui e ainda sou eu mesma. Lá vai:

Sem rumo
O que pretendo? Começo essas linhas não pretendendo fazer um bom texto. Posso pretender fazer um final inspirador, que te motive a mudar algo em sua vida a partir da minha. Mas não ousarei tanto, apenas por não entender como um pequeno facho de luz pode querer ousar.
Facho de luz, migalha de pão, grão de areia, denomine-me do jeito que julgar mais adequado. Apenas peço para que não se iluda, caro leitor, porque palavras bonitas nem sempre retratam beleza, e esses poéticos apelidos colocados sobre minha pessoa provém inconscientemente do nome "nada". Exatamente. Não valho nem sequer um mísero centavo para a sociedade. Perguntar para o mundo quanto ele pagaria por mim é igual a perguntar o mesmo de uma ameba.
Já que não sou nada, nunca serei nada, e nem posso querer ser nada, começo, então, a ter em mim - assim como Pessoa - todos os sonhos do mundo. Sim, pois é muito mais fácil sonhar e pretender na pele de uma ameba. Sejamos todos amebas! Viveremos com suficiente ignorância para encontrar perfeição em tudo, e no amor não encontraremos dor, e sim, versos singelos.
Inspiradora. Não mais palavras tenho para tal situação. Agora passarei a andar aos joelhos da burrice: para ver tudo e todos maiores do que realmente são. É, essa é uma grande pretensão. Daquelas que só se encontram na mente dos pretenciosos.
Sei que te aborreci com os meus pensamentos, e por eles peço desculpas. Voltaremos ao que pretendo.
Não pretendo nada que dure muito mais tempo pretendendo. Buscarei então em meu cérebro algumas pretensões mais duradouras. Só não sei se pretensão é a palavra certa para mim. Não pretendo nada. Eu preciso, almejo, batalho, construo, sofro, e, por fim, sorrio.
Logo, eu preciso comunicar mais, aproveitar mais, ser mais, dedilhar mais cada minuto de minha vida e melhorar mais. Eu almejo uma vida inteira pela frente, a ilusão do amor, poesia, filhos, uma carreira que não caia na rotina, cinco prateleiras de livros, vários instrumentos, sol, alegria, sonhar com a infância infinita, perceber que ficar mais velho não era a solução para os meus problemas, e uma casa no campo. O resto vem depois, como consequência. Afinal, a vida é mesmo uma consequência maluca onde uma coisa leva à outra e (há que diga), nada é por acaso.
Parei de escrever e olhei para meu quarto. Me emocionei. Vejo aqui tanto de mim, dos meus gostos, meus costumes, meus momentos, meu aconchego, minhas lágrimas, minha infância, minhas roupas, minha escola, meu estilo, minhas sementes, meus frutos, minha cultura, EU! Pretendo jamais sair daqui, mesmo sabendo que amanhã, quando acordar, essa será a primeira coisa que farei.
Engraçado isso. Pretender sem a intenção de cumprir. É a vida, é bonita e é bonita. Gonzaguinha escreveu essa música, mas isso não impede que eu repita: é bonita, é bonita e é bonita.
Como você já deve ter percebido, não sei muito bem falar de pretensões, muito menos das minhas. Me enrosco, mudo de assunto, fujo de tudo! A melhor maneira de compensar isso, então, foi fazer o que já fiz: mostrar minhas verdades e colocar minha cara a tapa. A falta de rumo para as pretensões me deu o título, mas creio que não me dará um final. Mesmo assim preciso acabar logo com isso, o texto já está ficando maçante e você quer prosseguir sua vida.
Acabo agora esse texto, sem um bom começo, ou meio, ou fim. Um texto digno da ameba que quero ser.

Até breve
e boa vida.


by Luiza Borba (foxy lady)