sábado, 6 de março de 2010

Olhos que leem, dedos que escrevem

Sempre procurei expressar em 10 frases aquilo que alguns escritores, ás vezes, demoram um livro inteiro para concluir. E não sou só eu, você já reparou que o mundo inteiro anda mais apressado? Até a Terra está girando mais depressa. Clamamos por praticidade e em nossa linguagem digital já conseguimos nos referir especificamente a alguém com apenas duas consoantes - VC. Dia após dia encontramos obstáculos e ganha quem chegar primeiro ao fim da correria. Podemos reclamar por não termos mais Shakespear´s em nossa sociedade, mas muitas voltas este planeta já deu desde o século XVI, brincar com as palavras agora tem de ser algo mais dinâmico e a extensão de letras e pensamentos não se encaixa mais em nossas realidades.
Pense em nosso vocabulário e em nossa personalidade como coisas altamente influenciadas por tudo que nos cerca. A fala surgiu apenas para suprir uma necessidade de exprimir em sons as imagens de nosso mundo exterior ou interior (nunca subestime a capacidade de sua mente), constatando que ambos se intercalam e podem sofrer alterações. Precisamos mesmo das palavras para entender nossas experiêcias e necessitamos de nossas experiências para entender e escolher as palavras.
Com o tempo, no entanto, nós não mais só dependemos dessa junção de letras, nós (solenemente?) brincamos com elas, transformamos a realidade em poesia, proseamos a miséria e até conversamos com autores que, no momento, dormem eternamente a sete palmos do solo. Hoje nós lemos o mundo. E essa leitura é única, pois cada um tem uma forma de ver o mundo, de interpretar um livro, de ler as palavras, porque ninguém é igual, talvez.
É engraçado como letrinhas miúdas num papel podem nos levar para outros lugares: eu já não me sinto mais no limite das quatro paredes do meu quarto. Isso é só porque nós também escrevemos o mundo, e já fazemos isso há uns seis mil anos, influenciamos diretamente o futuro de tudo o que habita esta bola azul gigantesca.
Eu fiz essa volta toda para dizer que é fantástico, divertido e importante poder ler e escrever -afinal, ninguém quer ser engolido por um rolo compressor nessa selva de pedras - e agora que já disse... até mais!


by Luiza Borba (foxy lady)
- 02/02/2010 -