Muito mais do que a necessidade do “ser humano”, pode-se ver a necessidade de ser um alguém incessante. Alguém de uma geração atrás da sua provavelmente ensinou que as coisas não dependem somente de você. Mas, se em um momento começarmos a analisar uma série de fatos, vamos ver que não, as coisas dependem única e exclusivamente da nossa vontade.
“Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que desejas, que possui, que sonha, e, principalmente por aquilo que és. Responsabilidade não é nada mais que ter consciência das necessidades de ser incessante.
Ser mais do que pensa que é, viver mais do que a idéia barata sobre o que é a vida, visualizar vitórias enquanto o céu parece ter suas cortinas fechadas e tudo o que surge a seguir são trevas, poder muito mais do que dizem que é possível. Já dizia Fernando Pessoa que sentir é criar, ou seja, se você sente o desejo de algo, logo nasce em ti uma força pra alcançar o que quer que seja. Isso é desejar incessantemente depender de você.
O mundo roda e minha mente vai junto. Acompanho meus pensamentos, reflito naquilo que sou agora. O mundo vai, mas o texto não. O medo de não ter sido tudo o que poderia ser me paralisa, me amedronta. A esperança de ser alguém melhor me estende os braços e agarro-a. Agarro com a força que vem de dentro de mim, dos meus pensamentos, porque me sinto responsável por eles de certo modo.
Tudo depende de mim. O meu universo faz a sua rotatória num eixo que eu mesmo escolhi qual fosse. Se quiser ir pra esquerda, assim vou. Se quiser ir à direita, assim o faço. Mas enquanto eu atendo os meus instintos, as outras pessoas atendem os delas.
Concluo, então, que a vontade desmedida de ir em frente depende de mim. Ser o que planejei ser depende de mim. Fazer o essencial passar a ser visível depende de mim. Ser feliz depende de mim. Viver depende de mim. E estar aqui é muito mais que isso.
Renata Otaviano