Querido diário,
Ultimamente tenho pensado muito sobre o que a vida tem significado para as pessoas.
Mais que uma filosofia, mais que uma tese sobre evolução X criação, deveriamos tomá-la como uma chance unica de poder fazer o que é certo na hora precisa e no lugar exato.
As vezes prevemos tantas coisas, tantas atitudes esperamos das pessoas, mas infelizmente o que era proceder do mesmo modo com todos, acaba nos fazendo concluir que só na teoria é que existe o que chamamos de valores.
Fernando Pessoa disse que o poeta é um fingidor. Quem me dera! Quem me dera se fosse só o poeta quem finjisse. Nesse jogo de culpar o mais fraco e de se livrar daquela pessoa irritante é que, Querido diário, finjimos o tempo inteiro. Nos vestimos de máscaras de felicidade, de integridade, de cumplicidade e de amizades que não nos servem pra nada. Não nos servem nem para o nosso auto-crescimento, muito pelo contrário, nos afundamos em mentiras a um ponto de acreditar em todas e de convencer-nos que são verídicas.
É. Tudo comprovado na teoria.
Seria muito facil se tudo funcionasse direitinho. Fomos criamos com a função "contrariar" ativada. Nossa democracia, nossos ideais, nossa luta por termos um mundo mais justo, até nossa história, é tudo estequiométrico.
O estranho em tudo, sabe o que é? É saber que em nada temos aprendido. Aquela velha história de que o homem aprende com os erros do passado está guardada num museu lá no fim daquela rua escura, junto com todas as verdades que estão por trás daquilo que vivenciamos.
E o tempo? Ah, "o tempo não pára".
No meio daqueles várias frases bonitas que a gente aprende de 1ª a 4ª série, eu ouvi certa vez que uma andorinha só não faz verão. Que pena! O que seria do verão então, se a primeira andorinha não começasse a voar e um sempre dependesse do outro, não é?
Que me chamem de louca, que digam que piso em nuvens, que falem: lá vem a sonhadora. Que seja esta minha maior e eterna quimera. Não ligo, por que "tenho em mim todos os sonhos do mundo" e acordo todos os dias pronta pra lutar por aquilo que acredito.
Renata Otaviano