sábado, 27 de fevereiro de 2010

Filho da esquina


Olha lá o
fura-sacola
O mendigo
pede-esmola
Andando por aí
sem destino
Prisioneiro
do viver
(o mais gentil cretino)

Olha lá a
lua minguando
Sofrendo para sorrir
E o pé-descalço
na rua
tentando não desistir

Olha lá a
poesia surgindo
Enfeitando a
desfeita (da) sociedade
Dando rima
para a vida sobrevivida
daquele ser
que não tem lar
e pensa ser o mundo
sua casa
(Será?)




De como surgiu o poema:
Quero que todos saibam que meu irmão tem sete anos, é lindo e, sempre que pode, me surpreende e me inspira. Foi que um dia ele resolveu que precisávamos comprar uma casinha de cachorro para o vira-lata que está frequentemente em minha casa, seu argumento para a necessidade da casinha foi:"É que o Oddy (já demos nome para o cachorro da rua) não tem casa, e dai pensa que o mundo é a sua casa".
E eu fiquei pensando naquilo, adaptei para uma realidade humana, senti e escrevi a poesia.

ps: na folha original, o meu pequeno príncipe desenhou vários tipos de cachorros, para simbolizar o começo de toda essa reflexão.


by Luiza Borba (foxy lady)