domingo, 27 de dezembro de 2009

Não, não é um ponto final,

aTalvez seja possível incentivar a inspiração. Vamos tentar, não é mesmo? Faz tempo que estou querendo escrever, mas as coisas aconteceram de tal maneira que só agora vou começar a tentar. São 4:28 da manhã de um fim de domingo sabor coração-vivo. O Natal de 2009 já passou, mas não é ano que vêm ainda. Não vou perder seu tempo chorando fatos e nomes de pessoas aqui, não, isso não faria sentido. A vida é tão preciosa que seria uma lastima eternizá-la. É muito mais saudável se surpreender com memórias antigas e torná-las novas.
Nos últimos segundos meu computador travou, e então eu parei para pensar no porquê o universo está conspirando contra a criação deste texto. Eis a conclusão: acabei de perceber que pretendo com essas linhas finalizar mais uma volta da Terra em torno do Sol, e, de repente, couberam nos últimos 361 dias, minutos suficientes para tragar meu ser, multiplicá-lo, dividi-lo, subtrai-lo e somá-lo, ainda sobrando 4 rotações para este planeta. É muito importante portanto, que não se acabe, simplesmente não tenha um ponto final. Mesmo assim me ligo muito em memórias, e essa junção de parágrafos é importante para a continuação dos meus acontecimentos. A solução perfeita que acabei de bolar foi o título.
Mas, por favor, querida autora, você não acredita mesmo que isso vai enganar alguém, acredita? Expresso agora a minha completa raiva da consciência da incompetência humana: mesmo com minhas tentativas, se uma pessoa quiser morrer, ela morre, se um indivíduo quiser te ver sofrer, ele consegue, se um siri quiser te proporcionar uma história de amor, ele vai, se uma viagem para o exterior quiser te fazer entender, você entenderá, se o passado não quiser passar, ele fica, se a vida quiser te fazer feliz, nada te fará parar de rir, se um abraço quiser te envolver, ah... só as voltas que ficam difíceis... estou esperando por uma certa senhora desde que senti sua pele fria dentro de uma cama nova de madeira. Essa constatação foi mórbida o suficiente para fazer meus olhos pingarem. Sabia que nenhum dos meus filhos vai abraçar essa senhora que não voltou mais? Nem eles e nem você, bem feito. A gente demora tanto pra perceber que todo o tempo do mundo não existe perto do nunca mais. E quando percebe os olhos pingam.
De que serve ser humano, construir a bomba atômica e saber plantar tomates se nada basta? Algumas constatações são mesmo engraçadas: nada satisfaz a humanidade. Numa ceia linda de Natal todos os queridos se reúnem numa noite feliz para procurar fora de casa o conforto da companhia. Ligam para todos os ausentes num descontentamento interessante de tudo o que o cerca. Numa tentativa curiosa de alcançar lá longe o sorriso que o espera ao lado para um abraço. Numa alienação intrigante à verdade de que não, não se dá beijos por telefone. A gente sempre quer o que não têm, porque não se almeja o que está em mãos. Na verdade saboreamos mais a conquista do que o objeto. Gostamos mesmo é de poder fazer a ligação. Sorrimos mais por amar do que pelo amado, como já dizia Nietzshe. Vibramos mais por ter chegado à lua do que por sentir toda aquela roupa espacial e ver aquela imensidão escura. É por isso que costumamos não comemorar a rotina.
Mas eu comemoro. Quer dizer, comemorarei.

sábado, 26 de dezembro de 2009

Melhor homem do mundo.

Muito tempo sem postar por aqui. Peço minhas sinceras desculpas à Luiza, aos Leitores e a nossa nova integrante, Renata, que nem boas vindas eu cheguei a dar, mas a vida ficou corrida e até meio dramática. Nisso a inspiração faltou, o tempo correu mais rápido e... quando eu vi já era final de ano, como pode? Foi o ano mais rápido e ao mesmo tempo turbulento da minha vida, sem duvidas.
Hoje, 26 de dezembro, um dia depois do natal, quem é que não fica inspirado e sensível nessa época do ano, difícil né? Esse ano foi um ano cheio de altos e com muitos, inúmeros e exagerados baixos, sem duvidas, mas eu tenho uma tese, anos impares são sempre piores que pares pra mim. Parece loucura, eu sei, mas é sempre assim, coisas difíceis acontecem em anos impares, doenças, mortes, tragédias. Mas não estou aqui pra falar sobre anos, e sim sobre o que me inspirou.
Minha família é daquelas que briga, briga, briga e no final do ano, dia 24, se reúne todo mundo pra comemorar, comer, conversar, rir, rezar, depois briga de novo e no dia 31 se reúne pra contar os segundos até o novo ano chegar. Agora sabem de onde vem o meu jeito bipolar, briguento e bravo, típico de alemão, sem duvidas.
Fiquei feliz de ainda ter o melhor homem do mundo presente em mais um natal da minha vida, meu avô, apesar dos 3 AVC’s, 2 Pneumunias, Herpis no olho e de ter quebrado a bacia pra piorar tudo, ele tava lá, forte, conversando, rindo, brigando, reclamando... tipico Cardoso. Contando histórias de quando ele conheceu a mulher mais linda da cidade – minha avó – e de como ela era de olho no dinheiro dele. 64 anos de casados, uma vida e meia, é pra raros. (Entrada para raros?). 5 filhos, 12 netos, 13 bisnetos. 90 e tantos anos, o começo de Alzhmer faz com que ele comece a esquecer certas coisas, mas me emociono cada vez que penso que sou a única pessoa que ele nunca esquece, pessoa por quem ele se emociona cada vez que diz o nome, me sinto privilegiada, também, quem não se sentiria? Sou a neta mais nova, a princesinha, a mimada.
Tenho orgulho de dizer que eu tenho na minha família o melhor homem do mundo, lógico, cheio de defeitos, mas aquele homem que nunca nem PENSOU em dizer um não pra ninguém. Podia ser algo impossível, mas ele tentou até o fim. Um avô bravo, teimoso mas que fazia café da manhã e levava na cama pra mim todos os dias, que me mimou todos os anos que pôde, que soube ser generoso, que tem um caráter que eu tenho certeza que não encontrarei em homem nenhum. E é exatamente por ter essa imagem de homem que eu afirmo com todas as certezas que os homens não são farinha do mesmo saco, não são iguais e não são todos que não prestam.
Sensível a ponto de, mesmo com dor, mesmo sofrendo, mesmo se sentindo mal por estar dependendo tanto dos filhos, netos, olhar para a bisneta de 1 mês e falar, “Oi fiinha, olha, ela tem brinquinho”; Engraçado ao ponto de olhar pro outro bisneto e falar “Mas você ainda não cortou o cabelo? Ora!” Romântico ao ponto de falar pra todo mundo ouvir “A Maria era a mulher mais linda da cidade, e eu o homem mais feio” Orgulhoso pra dizer “Temos 64 anos de casado”. Preocupado com o próximo quando pergunta “Como está da recuperação da cirurgia?” e até meio criança pentelha quando pega a bolinha terapêutica e joga na minha avó logo após dizer “UM DOIS E SEIS”, lógico, ela revida. Cardoso a ponto de não gostar de se sentir inútil.
Eu, que sou uma pessoa que dificilmente choro, termino o post com lagrimas nos olhos, e vou correr pro banheiro lavar, afinal, ser forte é indispensável, principalmente tendo uma mãe sensível como a minha. Só não sei até quando vou agüentar ver meu avô se emocionar na minha frente sem chorar junto. E estou me preparando emocionalmente pra quando isso chegar ao fim, que não está longe de acontecer.
Enfim... é isso.
Homenagem ao melhor homem do mundo. Silvio de Paula Cardoso.







Legenda da foto do Orkut: "É que nessa foto aparece o meu avô. Cara, pensa em um avô que te mima sempre? Que te trata como princesa, que faz tudo o que você PENSA em pedir sem nem precisar pedir, sabe? Ele é, definitivamente, O cara. Perdi as contas das vezes que ele “invadiu” a escola atrás de mim quando eu tava passando mal. Perdi as contas das vezes que ele foi atrás de açaí pra mim quando eu tava morta de cansada pra sair pra comprar, depois de um dia de escola, trabalho e treino. De quando eu chegava em casa e ele tinha comprado coxinha, sorvete ou coca cola escondido pra mim D: . O cara que fazia a melhor batata frita do mundo! (lotaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaada de sal) Que fez da neta que vos fala, a pessoa mais dondoca da família. Um vencedor, um amor, um homem de verdade, o melhor avô do mundo, (vó, vô e dudu)"

domingo, 20 de dezembro de 2009

Fins e começos = F# e Gb

Olá todo mundo, o que se segue é o meu discurso de oradora... exatamente, me formei esse ano na última sexta feira (18 de dezembro) na oitava série do ensino fundamental e fui a oradora da minha turma. Quero dizer que tudo isso foi muito importante para mim, porque ano que vem eu mudarei de escola, o que significa que não estarei mais estudando com as pessoas que convivi 5 dias por semana nos últimos muitos anos, por isso eu comecei meu discurso com um trecho da canção Nada será como antes, do Milton Nascimento:

Eu já estou com o pé nessa estrada
Qualquer dia a gente se vê
Sei que nada será como antes, amanhã
Que notícias me dão dos amigos?
Que notícias me dão de você?
Sei que nada será como está
Amanhã ou depois de amanhã
Resistindo na boca da noite um gosto de sol

Pois bem, hoje eu estou em clima de festa. Fui colocada aqui com esse microfone e vou fazer o que sei melhor: ser eu mesma. Para ser bem sincera? Vou ficar muito orgulhosa de mim se conseguir não errar o texto ou chorar até o fim da noite, o que, acreditem, não é fácil, afinal eu olho pr´aquele canto ali (me referia ao canto onde estava minha sala) e, olha que coisa mais linda, mais cheia de graça: eu vejo heróis!
Não que eles tenham salvado o planeta Terra de um monstro gigantesco com seis olhos, ou viajado pelo espaço para destruir um meteoro em chamas que vinha em nossa direção. Mas é que nos últimos oito anos nós desfrutamos deste poder aqui (apontava para a cabeça), e fizemos uso de um armamento mais singelo, por vezes anônimo, mas de incrível capacidade: a caneta, representando o excelente papel de arma, em prol da liberdade de expressão e a sede de conhecimento, e o papel, como defesa, local para argumentar e guardar os mantimentos da mente.
Para tanto, contamos com o proveitoso auxílio de um grande número de professores. Acontece que nós subestimamos demais a palavra professor, sendo que na verdade, ela é sinônimo de formador de pessoas. O professor é no mínimo um ser inspirador, afinal, num mundo com tanta ganância, disputa e egocentrismo, ele está disposto a compartilhar seu conhecimento, nos dar tudo o que têm.
Em nossas vidas ganharemos muitas coisas de muitas pessoas. O educador, no entanto, é aquele que nos dará a única coisa que nunca poderá ser tirada de nós: o conhecimento. Com eles aprendemos que isso (aponta para a cabeça) e isso (mostra o papel em forma de escudo e a caneta) é tudo o que precisamos para mudar o mundo.
Disseram-me uma vez que somos o resultado de tudo o que nos cerca. Muito obrigado Dona Eunice (diretora), Dona Cleide (vice-diretora), Conceição (coordenadora), Dona Vanessa (coordenadora também), ai gente, eu sou tão esquecida... que medo de esquecer alguém... mas enfim, todos os serventes da escola e professores, que nos fizeram ser quem somos, e acreditaram em nós até mesmo quando nós não acreditamos, que sempre esperaram que viéssemos com o uniforme no dia seguinte. E a você, como diz nos bilhetinhos, pai, mãe, ou responsável, obrigado, muito, muito, muito, muito obrigado.
Para encerrar, eu queria só falar algo que me ajuda muito em dias difíceis e que representa bem a conquista que estamos selando hoje: " Quando nada parece ajudar, eu vou e olho o cortador de pedras martelar até cem vezes uma pedra, sem que a mesma apesente sequer uma rachadura, até que na 101ª vez, a rocha se parte em duas, e eu sei que não foi aquela única tentativa que conseguiu, e sim todas as outras que a antecederam".
É isso aí gente, em meio à tantas coisas, nós conseguimos, construimos amizades tão gostosas, aprendemos a conviver uns com os outros. 2009 passou... e nós também! Agora, bem armados e preparados, é hora para uma nova jornada...
PARABÉNS 8ªB, O ENSINO FUNDAMENTAL TERMINA AQUI!

( não, eu não sei cantar, sim, eu errei o texto e estava nervosa, mas tudo isso foi muito de coração e eu espero ter feito minha sala feliz =D)

by Luiza Chiesa (foxy lady)

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

NOTA RELEVANTE

Olá a todos, eu sou a Luiza (foxy lady) e vim aqui só pra avisar que a partir de hoje - na verdade a partir de ontem à noite - o Exílio Urbano vai contar com mais uma integrante: a Renata, nossa mais nova querida exilada, que passará a compartilhar seus pensamentos conosco e trilhar seu caminho ao exílio. Estou ansiosa com essa "integração" e espero que todos gostem.

RECADINHO PRA RÊ: flor amada, seja bem vinda ao Exílio Urbano, acredito que você vá gostar da vida aqui no Exílio, vou tentar te tratar bem (haha).


quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Homem Primata

Este é um teatrinho que eu fiz pra uma apresentação escolar. Transformei a apresentação num monólogo para poder facilitar a compreensão. A personagem é um mendiga. A encenação tinha que ter como base a música Homem Primata, dos Titãs.

Homem Primata
Nada é o que parece... Evolução... É assim que chamam essa mudança do homem? É? De bicho para ser humano! É, estamos diferentes mesmo. Falta o rabo, o pelo ficou pouquinho, né? Sim, ficou!
Mas, olha que coisa! Ainda... Olha lá! Inventamos línguas, várias línguas pra falar, criamos normas certas para total compreensão... e, de que adianta? Nós sabemos falar! Aprendemos e é muito emocionante quando falamos pela primeira vez , e, de que adianta? Sempre olhamos para os nossos amigos macacos e descobrimos que o melhor mesmo é a força, a lei do mais forte... como na selva. Uma selva de pedra. Sim! De pedra! É só olhar ao seu redor. Vai lá, olha! Não precisa olhar pra mim não, olha o concreto! Onde está a árvore ais próxima?
Bom, aqui árvore já até virou ponto turístico, não é mesmo? Nome de cidade: Guararema, pau d´alho, peixinhos no rio, pão! É... que alegria alimentar os seres áquaticos, que gostoso esse contato com a natureza. Tanta gente precisando de comida e vocês lá, jogando pão pra bicho que de fome não vai morrer... EU MORRO DE FOME TODO DIA! Ah! Gostamos tanto desse contato que até nos matamos, para nos igualar novamente aos animais. Engraçado isso não? Temos hoje a chance de nos desvencilhar do instinto, para não cometermos injustiças, no entanto, cada ez mais voltamos, recorremos a ele.
No mundo hoje é o instinto e a fé. Fé. Não sei pra que tanta reza. Sim porque, analisa comigo, acompanha meus passos: o homem mata, é ganancioso, está em débito com a sua raça e consequentemente com a força maior, espiritual. O homem está em débito com o planeta, e consequentemente com a força maior, espiritual. O homem está em débito consigo e consequentemente com a força maior, espiritual. O homem pelas minhas contas então, só tem dívidas! Com nós sendo tão culpados... como ser a favor disso?
Sim, existem as pessoas diferentes, mas como dizer quem é o certo? Como se mede isso? Não se mede! Então ou se é a favor ou se é contra. E com as dívidas...huuummm. E com a lei do mais forte... huuummm. É cada um por si e Deus contra todos. E é claro que não tem um lugarzinho no céu para nós. Você deixaria um ladrão morar em sua casa? Deixaria? Logo... fique tranquilo: você vai morrer, e não vai pro céu. Nem precisa tentar. É bom aprender, a vida é cruel!
Evolução... É assim que chamam essa mudança do homem? É? De bicho para ser humano? Desde quando SOMOS humanos? SER HUMANO! Tá ai um bom objetivo! Quem sabe sendo humanos nós consigamos tirar a miséria da África! Até lá... humm... me dói só de pensar.
Olha, pense um pouco no que somos... Nem precisa pensar, porque isso é algo muito difícil para nós irracionais. OLHE o que somos! Nós conseguimos transformar cura em maldição. Conseguimos transformar uma boa... oportunidade que se diz, né? É... uma boa oportunidade chamada capitalismo virar fome, miséria, pó. E onde ficamos nós? Onde estamos? Não sei. Estou perdida... perdida na selva de pedra. Preste atenção em mim! Estou perdida na selva de pedra! Eu me perdi. Exatamente. Perdi meu ser, perdi quem eu sou, para voltar a ser o animal que era.
Nada é o que parece... Evolução... É assim que chamam essa mudança do homem? É? De bicho para ser huma... Pois é... mudar, mudamos. Só que cadê a evolução? Tenho sede de evolução! Hoje em dia tudo está a venda. Água se compra, mas, e se a minha sede for de evolução?
É... homem primata... capitalismo selvagem... OooOOOooO

by Luiza Chiesa (foxy lady)