Comecei a ler a introdução daquele que seria meu próximo livro de cabeçeira. Ao findar da costumeira leitura superfícial, parei meus olhos na primeira frase daquela dedicatória: " Agradeço a cada um dos pacientes que encontrei ao longo da minha tragetória como psiquiatra e pesquisador da psicologia". Dei dez minutos para a minha mente. Não havia ali muito o que refletir, mas de um modo um tanto quanto surpreendente, encontrei implícitas ali algumas verdades para mim outrora desconhecidas.
A vida além de ser um teatro, como diria Chaplin, tornou-se um consultório um tanto quanto casual. Na verdade, uniram-se as ideias. O ser humano toma o papel de médico, pois conhece e convive no decorrer de sua trajetória com várias pessoas que precisam ser ajudadas. Porém, chega uma hora em que essa cena acaba e o espetáculo continua. Se fecham as cortinas e invertem-se os papéis. O homem que ontem era ajudado, hoje estende a mão. A menina que ontem sorria, hoje chora. A mulher que ontem se preparava para a labuta, hoje tricota em sua cadeira de balanço. O médico, se torna paciente. O barulhinho de tic-tac do relógio foi substituido por vice-versa, vice-versa, vive-versa... (consegue ouvir?)
É assim. Entram e saem pessoas de cena a todo o momento. A cada acender e apagar das luzes tende-se a ter menos certezar de que papel será interpretado no palco da existência. Quem ficará com você para o próximo ato? Quem será o paciente? Quem será o médico? Não sei. Resta dar ao tempo oportunidade para que nos conte e, a vida continuará guardando seus mistérios.
Ps.: Agradeço a cada um dos pacientes que encontrei em meu percurso. Agradeço também, a todos os nobres seres que me sederam espaço em seus divãs e me ajudaram. Aos que estiveram, estão ou estarão em cena comigo nessa peça da qual também somos platéia. De algum modo vocês estão retratados nas linhas deste texto.
Renata Otaviano
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
Sou aqui e estou
Porque na vida é tudo meio assim: todos temos um lugar que mais nos identifica. Sendo o meu quarto o local que mais me habita, talvez devesse conceder-lhe a honra de ocupar tal posição em minha existência. Deixo pregada naquelas quatro paredes toda a minha personalidade, transformando-as em concreto sentimental, aconchegante, pulsando sempre no ritmo de meu coração.
Mas falta algo mais nessa eloquência. Falta vida. São só quatro paredes, e são sozinhas mesmo. Frias. De um alanranjado indiferente. Áspero. Eu as uso apenas como escape para me encontrar.
-Encontrar o quê?
-Encontrar-ME!
-Onde mais eu estou?
-Em mim!
Pronto, resolvemos então o problema principal. Este corpo com gosto de vida iniciante, esta respiração ansiosa e imprecisa, estes olhos que me contatam com o mundo exterior e me fazem sentir, este coração vivo, entorpecidamente eficaz, este conjunto de muitas células é que é a eterna morada de minha alma. É o espelho preci(o)so que sempre me refletirá. É onde sempre quero - e conseguirei - estar.
Vejo-me como um ponto de encontro abstrato, ambulante e incerto, posto que não estarei sempre aqui. Sou como uma esquina perdida, fácil de notar. Minha estrutura, extrema que é, não sustenta mornitude. É feita de juventude. Ou está por cima, ou por baixo. É um giz riscado. É a medida inimaginável da contradição, que só não se contradiz no instante.
Sim.
Sou eu a casa de minha imaginação.
Sou minha vida vivida (ah!) sim!
by Luiza Borba (foxy lady)
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
Festival de Cinema e Meio Ambiente de Guararema
Este post não é um texto.
Você já deve ter percebido que faz um certo tempo que nada de novo aparece aqui no exílio. Não, nós não estamos migrando. Acontece que um festival de cinema e meio ambiente surgiu em nossas vidas. A iniciativa do festival é muito interessante, e eu (Luiza, foxy lady) e a Rêe Otaviano fomos contratadas para munir o blog do festival.
Por ser uma iniciativa tão interessante e importante para a cultura deste país, gostaria muito que você - sim, você! - desse uma passadinha pelo blog do festival, e, se possível, aparecesse de fato no festival.
Espero que aproveitem esse post da melhor maneira possível e passem essas informações adiante, contamos com a sua participação para que o Brasil se torne cada vez mais o que queremos ver.
Até mais
Luiza Borba (foxy lady)
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