Não quero ter o que me defina
Arroto rótulos
e eles não me dizem quem eu sou
Nem se eu pudesse me bastar
em estrutura firme no chão
Nem se a sós eu
ousasse erguer-me em comoção
Nem assim faria-me ser só
essa misérrima construção
Antes há o sonho, minha mãe,
atento ao vento
e a alegria que me espera ao relento
e se cansa, pois sim
já cansou e quase adoece
de tanto guardar quem sou
para ver se eu ia, e eu
que não vou.
Deixe-me dar chance
ao que pode em mim ser menina
E prometo não romper
o que me resta de sustento:
base em porcelanato de
resistência fina.
by Luiza Borba (foxy lady)