sábado, 1 de maio de 2010

Como uma janela se abrindo

Houve um tempo em que a minha maior necessidade era a de me incluir no meio de uma sociedade já formada. O contato com as primeira vozes, com alguns sons me ajudaram e reconhecer a minha propria imagem refletida no espelho. Nesse momento foi com se um raio de luz invadisse a escuridão de minhas idéias. Aproveitei a experiência do nascimento e cresci.
Houve um tempo em que tirar minhas proprias conclusões foi necessesário. Cair de bicicleta, levar choque ao colocar o dedo na tomada, desenhar atrás dos papéis importantes que os pais guardavam para que nem amassassem, foram algumas das coisas que me levaram ao profundo amadurecimento, até porque quem nunca fez uma dessas coisas que atire a primeira pedra (Não, por favor, não me matem apedrejada!). Vivi o que era preciso na infância e isso me serviu de expência.
Houve um tempo em que a minha a mente se abria para um mar de idéias para que eu pudesse construir o meu intelecto. Tudo era muito mágico. Tinha a sensação de estar de frente a um ilusionista, pois ao mesmo tempo que coisas apareciam, outras sumiam. As letras sempre me causaram uma fascinação bem mais considerável que os números, porém, fazer não só o que gosto foi uma das coisas que me ensinaram. Conviver com pessoas diferentes de mim em gênero, número e grau foi um desafio muito mais árduo do que o primeiro contato com a fórmula de baskara, e de valia muito maior que um anel de diamantes ao qual fui exposta. Aproveitei e ainda aproveito os últimos dias que me restam dessa incrível estadia dentro de uma verdadeira máquina do saber.
Hoje sinto como se estivesse diante de uma janela em que cada dia noto mudanças tanto para o lado de dentro quanto para o de fora. Não sei ao certo o que encontrarei quando decidir brecar meu analismo crítico, fechar a janela e abrir a porta de uma casa em construção. "Sei que nada sei". Não sei nem ao menos que motivos me inspiraram de escrever sobre tal assunto. Só sei que cada dia me reserva a sua própria aprendizagem e espero poder usar todos os tijolinhos que fiz em cada vez que cai para poder terminar a construção essa tal casa a qual chamo de vida.

Renata Otaviano