Muitos não gostam do que escrevo. Dizem que o que eu faço não é ciência; é literatura. É verdade. Mas o que me aborrece é que essas pessoas que não gostam, pensam que somente a ciência tem dignidade acadêmica. Mas o que diriam se eu utilizasse da minha literatura para explicar algo que a ciência deles não concretiza?
Fabricamos artefatos caríssimos que mata, mutila, e que destrói nosso próprio habitat. Afinal, somos valentes, não é mesmo?
Trabalhamos duro e abdicamos de algumas coisas para, finalmente, comprarmos nosso carro dos sonhos; aí vem o médico e diz que temos que andar a pé para o melhor funcionamento do nosso corpo, e em seguida o chefe, somos demitidos por chegarmos atrasados, conseqüência do transito.
Uma mentira secular de trabalhar para viver, e uma rotina angustiante de viver para trabalhar.
E nós evoluímos?
O sangue e o suor os povos do mundo inteiro são oferendas colocadas no altar do Deus dinheiro.
Fabricamos uma ave de aço que seria usada pra encurtar distancias e aproximar os povos, mas, como somos evoluídos, passamos a usá-la pra matar nossos semelhantes.
E nós evoluímos? Ou infelizmente retrocedemos?
Acreditando ou não, é incorreto dizer que respostas movem o mundo, quando na verdade são os questionamentos e reflexões responsáveis por esse acontecimento.
A vida é parte de um mistério e ela simplesmente não para, nem mesmo para sermos mais humanos, nem mesmo para procurarmos a cura do mal, que em base de loucura é dada como algo normal. O mundo gira cada vez mais veloz, a gente espera dele e ele espera de nós somente um pouco mais de paciência.
Será que é tempo que falta para percebermos? Será que temos esse tempo pra perceber?