sexta-feira, 12 de junho de 2009

Hoje

Hoje eu acordei sem me lembrar que dia era. Passei alguns segundos deitada na cama pensando no que tinha para fazer. De repente lágrimas rolaram de meus olhos. não que eu saiba o porquê, elas simplesmente aconteceram.
Finalmente lembrei que deveria fazer este texto, e, sem muita inspiração, comecei a narrar meu breve dia. O motivo deste início eu também não conheço, mas talvez ele faça sentido em alguma parte do texto.
Quando lembrei que deveria escrever, tive a certeza de que seria uma viagem para dentro de mim mesma, e já que estou aqui, vou realmente aproveitar essas linhas para me virar do avesso. Vamos começar perguntando o que transformou Luiza Borba Chiesa em nada menos do que eu mesma.
Hummmm... tanta coisa! Cores, ritmos, estilos, cheiros, conselhos, conversas, momentos, pensamentos, reflexões, amigos, filmes, bagunça, arrumação, broncas, prantos, risos, gargalhadas, flores, sol, e arco-íris. Tudo isso sem dúvida resultou nesse fragmento da humanidade que sou. Mas também tiveram os "momentos clarões".
Aqueles momentos em que algo te dá um tapa na cara, te acordando para a vida. Você sem reação enquanto a coisa acontece, imerso em pensamentos. Então você se lembra da vida e tenta tomar uma atitude sensata.
Me recordo de vários aprendizados que obtive em casos parecidos. Só que na maior parte das vezes essa é a única coisa de que consigo me lembrar. As lições que vêm destes tapas na cara andam comigo sempre e estarão comigo por toda a minha vida, mas os tapas na cara são inconscientemente apagados sem que a minha vontade assim permita.
Claro que não é sempre assim. Quando a aprendizagem é a vida de uma pessoa, me lembro da pessoa. Quando é de um livro, posso dizer com clareza qual é. O defeitinho só se manifesta nos momentos.
De certo modo estou sempre aprendendo, tiro uma lição de tudo. Sinto que agora as minhas lições giram em torno da Terra - como a lua- estou acordando para o mundo.
Faço viagens para dentro de mim mesma sempre que preciso ( e eu preciso muito). Nada mais justo do que falar delas num texto. Neste texto.
Minhas últimas descobertas foram que eu gosto de mim mesma, admiro minhas qualidade. Gosto do jeito com que lido com as pessoas quando preciso... lidar com elas! Não esqueço meus defeitos porque enxergo muitos. Penso que isso é igual a um arquiteto que constrói um prédio lindo. Todos que passam pelo prédio dizem: "Oh, que prédio lindo!". Mas o arquiteto quando o vê se dapara com todos os defeitos e vê o prédio horrível. Não é nada demais, só que como ele conhece os defeitos muito bem, ele imagina tudo muito pior do que realmente está. Ele tenta imaginar o que os outros estão vendo, e vê uma imagem retorcida. Como um espelho molhado.
Gosto de me sentir útil, por isso eu sempre quero estar fazendo coisas, o que explica o fato de eu me sobrecarregar. Tem também o fato das pessoas contarem comigo, por exemplo em qualquer coisa que eu faça em grupo, as pessoas ficam sempre pedindo ordens, perguntando o que fazer.
Poderia escrever um livro inteiro sobre o que ainda tenho para falar, mas odeio cansar os leitores com bobagens. Isso me cansa também, e como o dia mal começou, não posso me cansar.
Vou parar de escrever. Lembrei que dia é hoje.

by Luiza Chiesa (foxy lady)